terça-feira, 12 de abril de 2011

O meu modo de vida e algumas barreiras e limitações...

O que me fez sentir mais realizado, foi conseguir realizar todos os objectivos a que me propunha.

Por exemplo:ndecidi concluir a escolaridade obrigatória e foi realizado.
De notar que não houve alguém que notasse que tinha qualquer problema porque,o meu aproveitamento era igual ou superior em relação a alguns colegas, também havia matérias que dominava melhor do que outras (como qualquer pessoa dita normal).

Quis tirar a carta de condução para ser independente e não necessitar de incomodar as outras pessoas para ir a algum lado.
resultado final:  conseguido com sucesso,tudo correu bem até ter uma crise ao conduzir e ter mandado o carro para compor,a partir desse momento decidi não continuar a conduzir e se o tivesse feito nesta altura não estaria aqui para contar esta historia.

Como vivo num meio pequeno todas as pessoas souberam o que aconteceu mas a verdade as verdadeiras razões para o sucedido foram sempre ocultadas porque as pessoas tem uma tendência negativa em tirar conclusões erradas e no meu caso diriam: coitado doente como ele é nem devia conduzir e muito menos ter carta é que se pode matar e criar problemas a quem vá com ele e que vá contra ele!
Mas felizmente foi sozinho que tudo aconteceu os danos foram o carro e um poste de electricidade.

Nestes objectivos a que me propus concretizar fui bem sucedido,em parte não posso utilizar o que consegui alcançar(na questão da condução) mas no resto, haja oportunidades compatíveis com o meu problema, tenho as habilitações necessárias para exercer as funções que me aparecerem.

Agora vou tocar num ponto no qual já fui vitima e constantemente continuo a ser,o preconceito ou o medo que as  pessoas têm em dar trabalho a alguém com este problema.Vamos começar do inicio, desde que fiquei desempregado à procura por conseguir um trabalho e uma fonte de rendimentos para fazer face às minhas despesas,( medicação e outros gastos) foram constantes os resultados nunca foram positivos(nunca mencionei que tinha epilepsia em qualquer entrevista),unicamente restavam os trabalhos sazonais como vindimas e outros trabalhos de época específicos,cheguei a ter recusas de poder ir trabalhar para as vindimas,umas vezes diziam-me as razões por que recusavam e de outras alegavam que já tinham pessoas que chegassem para executar o trabalho(todas elas sabiam o problema que eu tinha),por isso era fácil de perceber de que não passavam de simples desculpas para não quererem que fosse trabalhar com medo que me acontecesse algo e depois era complicado(porque não tinham seguro para proteger quem trabalhava).
O receio era maior para quem nos contratava quando tínhamos de subir a escadas para ir vindimar,andava sempre o responsável a dizer: não, tu não fazes isso porque podes cair,ou não mexes naquilo porque te podes magoar! E para espanto, principalmente meu, havia anos em que não era contactado para ir trabalhar como costumava ser hábito, as pessoas ficavam contratadas de um ano para o outro,e o estranho como disse, foi um ano em que tal não aconteceu, fiquei surpreendido mas quem contratava é que tinha os seus critérios de selecção,passado algum tempo encontrei a pessoa para a qual era costume ir trabalhar nesse período e veio a tema de conversa as vindimas e as prestações das pessoas que foram trabalhar nesse ano,e alguém lhe perguntou porque é que eu não tinha ido.
A resposta foi simples e diz tudo: ah x pessoa disse-me que tu tinhas um problema e podias-te magoar e eu acreditei.-eu respondi: bem primeiro vinhas falar comigo e perguntavas se o problema que eu tinha influenciava em algum aspecto a minha prestação no trabalho e se punha em risco a  minha integridade física e se podia criar algum problema para ele como agente empregador, porque só eu sei as capacidades e limitações que isto me provoca!
Assim acabou por fazer um mea culpa por ter acreditado em alguém que não conhecia os verdadeiros perigos e limitações que isto provoca.

ANO 2011,EXISTE AINDA UMA GRAVE DOENÇA PARA CURAR PARA A QUAL AINDA NÃO EXISTE VACINA NEM OUTRO MEDICAMENTO,O SEU NOME É PRECONCEITO, POR QUANTO MAIS TEMPO EXISTIRÁ!?!?!?


A  epilepsia fez com que eu deixasse de fazer as coisas que gosto,adoro fazer desporto principalmente andar de bicicleta e caminhada, faço parte de uma associação de ciclo-turismo  que organiza passeios todos os fins de semana pela região numa média de 80a100km,depois existem os passeio de grande duração entre dois a três dias que podem chegar a 300km no total e os destinos são tão abrangentes como idas a Fátima a São Tiago de Compostela entre outros,tudo isto realizado de Março  a fins de Setembro.Pratico este desporto com regularidade há cerca de 8 anos,nos quais em qualquer dos passeios senti algum problema que me impedisse de continuar a fazê-los como acidentes provocados pelas crises que tenho.

Também faço parte de uma associação cultural desportiva e recreativa,na qual faço parte da organização de eventos como provas de atletismo, jogos de futsal e na parte de divulgação nas redes sociais das actividades para o conhecimento das pessoas interessadas.

Uma das coisas que gosto é de cinema e sempre que havia algum filme que gostasse tinha de me deslocar de moto alguns quilómetros de noite ou de dia, ou quando queria ir ver algum grupo de musica preferido ia sozinho de noite sem receio algum de ter uma crise e ter um acidente e ficar inconsciente sem ter alguém para me ajudar.
Nesta altura não o faço com tanta frequência,não por ter medo que me aconteça alguma coisa mas sim porque à medida  que o tempo passa (idade), os interesses vão mudando, e as coisas estão mais acessíveis de forma a que não é necessário nos deslocarmos para longe quando (temos quase tudo) sem nos deslocarmos.

1 comentário:

  1. Oi,Milay!
    Vim retribuir a visita , e dizer que fiquei muito feliz com ela, e suas palavras. Muito Obrigada, e queria dizer que seu blog tbém é um mensageiro da paz, vc com certeza é uma pessoa especial, senti pelas palavras e mensagens aqui postadas...PARABÉNS!!!
    Bjs de luz!!!

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